Amigos, mais uma vez a classe médica em um ato de desrespeito, arrogância e a prepotência, articularam para que a Casa de Parto David Capistrano Filho, situada em Realengo fosse fechada. Mais uma vez colocando o orgulho e a vaidade a frente do maior bem que nós temos, a vida.
Fechamento da Casa de Parto!
No Brasil, nos últimos 50 anos, os partos passaram a ser realizados em hospitais e a gestação sendo tratada como doença, os partos antes realizados de forma natural, o que sempre foi o mais adequado à fisiologia do corpo feminino, aos poucos foi sendo substituído por práticas invasivas como a cesariana, no qual o Brasil é líder. Embora não seja divulgado, ainda é muito alto o índice de mortalidade materna nos hospitais devido às complicações da cesariana.
Mesmo ciente dos riscos provenientes da cesariana, como a eclampsia pós-parto devido a indução do parto, ou problemas relacionados a anestesia, por se tratar de uma incisão cirúrgica e potencialmente contaminada, a parturiente precisa de um período muito maior de permanência no ambiente hospitalar ficando mais vulnerável a uma infecção hospitalar, e o processo de recuperação total poderá chegar a 45 dias, se não houver nenhum tipo de complicação. Sem contar que os gastos com uma cesariana chega a custar quatro vezes mais que o Parto Normal.
Mais mesmos diante desses fatos existem profissionais que defendem a cesariana como sendo a forma mais segura dar a luz ou será porque nesse tipo de procedimento o valor pago ao profissional pode chegar a ser 5 vezes mais que no Parto Normal.
Nós Enfermeiros defendemos o Parto Normal e a Humanização do Parto, devido um processo natural a adequado à fisiologia do corpo feminino por ser um processo natural é muito mais seguro, barato e o tempo de recuperação é de 2 dias, sendo que seu período total chega a 10 dias. Defendemos a humanização do parto, pois entendemos que desde o momento da concepção a mãe bem como o pai precisam ser orientados sobre as fases da gestação, sobre a importância do pai em todo o processo, orientar quanto a forma que será realizada o parto, a forma como deveram cuidar do bebê e qual a maneira correta de amamentá-lo. Enfim, garantir o direito aos pais de acompanhar todo o processo até o parto, sempre respeitando suas crenças, culturas e privacidade.
A Casa de Parto David Capistrano Filho, pertencente à Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, que funciona a 5 anos, desempenhando um trabalho de referência em humanização de parto.
Comandada pelas Dras. Leila e Edmara, a Casa de Parto de Realengo, como é conhecida, realiza em média 820 consultas de Enfermagem, Pré-natal e de 25 a 30 partos naturais por mês, a mesma já realizou em 5 anos 1.350 partos naturais. Já foram constituídos 110 grupos de gestante a cada mês com a finalidade de estimular a capacidade da mulher dar a luz e desmistificar os mitos que envolvem o assunto, através de dinâmicas e terapias em grupo. Os resultados obtidos com esses cuidados de Enfermagem apresentaram um índice de natimortalidade de 1.1 por 1.000 nascidos vivos. A mortalidade materna foi de 0% e a taxa de episiotomia (corte na região peri-anal com anestesia local) foi de 4%.
Uma pesquisa realizada por uma das mais conceituadas instituições do Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz, revela o importante dado entre a casa de parto e os hospitais, comparando todo o processo do pré-natal ao nascimento, a pesquisa revelou que 88% das mulheres assistidas pela casa de parto receberam informações sobre as vantagens de realizar o parto normal, e já nos hospitais, esse número baixou para 36%. Na casa de parto, 72% das mulheres receberam informações sobre a importância da amamentação. Nas maternidades foram apenas 40%. Índices que comprovam a importância da casa de parto e a excelência no atendimento e na humanização do parto.
A Casa de Parto de Realengo é 100% administrada pela Enfermagem sendo devidamente regulamentada com base na portaria n.º 985 de 5 de agosto de 1999 do Ministério da Saúde e vinculada ao Sistema único de Saúde, com o objetivo de reduzir a mortalidade materna e neonatal, conforme demonstrado pelos índices apresentados. Todos os profissionais de Enfermagem que trabalham na casa de parto David Capristano Filho são altamente qualificados e respaldados pela Resolução COFEN n.º 339/ 08, que normatiza a atuação e a responsabilidade civil do Enfermeiro obstetra nos centros de parto normal e/ ou casas de parto, sendo reconhecido pelo Ministério da Saúde e Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e pela Lei 7.498/ 86, que regulamenta a profissão de Enfermagem no Brasil.
Mesmo diante desses índices e de toda regulamentação legal, a vigilância municipal de saúde, com o respaldo do secretário municipal de saúde e da própria prefeitura do Rio de Janeiro, alegando motivos fúteis e sem qualquer respaldo jurídico, em um ato de abuso de poder no último dia 04 de junho de 2009, determinou a fechamento da Casa de Parto David Capristano Filho, que vale lembrar que a mesma faz parte da Prefeitura do Rio, deixando centenas de gestante a mercê da própria sorte.
Ora senhores, a Secretária Municipal de Saúde alegou a falta de equipamentos de higienização e falta de médicos na casa de parto que é de sua administração. Será que os hospitais municipais como o Hospital Souza Aguiar, onde os cidadãos ficam amontoados, sendo atendidos na maioria das vezes no chão sem qualquer condição mínima de higiene, ignorando a Portaria 2.616/ 02 do Ministério da Saúde e a Lei 8.080/ 90, do Sistema Único de Saúde que visa à garantia da assistência, onde não à presença de médicos e existem apenas dois técnicos de Enfermagem para atender cerca de 60 pacientes. Já que é da mesma administração. Porque o ógão fiscalizador do município do Rio não interdita também essa unidade hospitalar?
Até quando a vaidade da classe médica e o preconceito devido a ignorância dos envolvidos colocaram em risco a vida de centenas de gestantes e o descaso pela sociedade como um todo?
A verdade veio a tona com a decisão da justiça que acatou a liminar , determinando a reabertura imediata da Casa de Parto David Capristano Filho. A liminar foi concedida pelo fato de que a Casa de Parto se encontra dentro dos Padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde e com recursos humanos Altamente Qualificados e aptos aos atendimentos as gestantes sendo provida de todos os materiais necessários a sua higienização.
Mais uma vez a Enfermagem mostrou a sua força e o seu compromisso a vida humana. Encaro esse ato do fechamento da Casa de Parto de Realengo como uma forma de coibir todos os movimentos nunca antes visto na nossa classe. Mas, se a intensão foi essa, eles se supreenderam e intenderam muito bem o recado, aquela Enfermagem totalmente submiça acabou, agora temos força e voz para questionar e defender os nossos interesses.
O evento contou com a presença de cerca de 30o pessoas e mais uma vez a população parava para prestar a atenção e apoiar o evento. Fico muito feliz em ver que os profissionais de Enfermagem, em fim estão acordando para a importância de politizar a nossa classe e de valorizar este momento de união.
O Movimento contou com o apoio de personalidades internacionais como o cientista político e sociólogo Americano, que veio para o Rio de Janeiro participar de um seminário sobre a Humanização do Parto e a Saúde da Mulher. No seu discurso resaltou que a Enfermagem nos E.U.A, passa por este mesmo problema, e que ele esta tendo dificuldades em unir forças para reverter esse quadro, mas que ficou feliz e encantado com a força e a organização da Enfermagem do Brasil, que luta por este gesto nobre indo para as ruas orientar a população sobre os benefícios do Parto Normal e pelo Direito de Escolha. O evento contou também com o apoio de alunos e profissionais de Enfermagem de outros Estados Brasileiros.
Após o discurso caloroso das diretoras da Casa de Parto de Realengo que empolgou todos os participantes, centenas de bolas foram soltas enfrente ao Hotel Copacabana Palace em comemoração a reabertura da Casa de Parto. E um forte e caloroso aplauso por mais esse ato e essa vitória da classe.
Ao termino do evento, parabenizei a Presidente da Junta Interventora do COREN-RJ, Rejane de Almeida, pelo excelente trabalho que vem desenvolvendo a frente do Conselho e reafirmei o meu total apoio e do Instituto Saúde Vida em todos os movimentos.
Gostaria de informar a todos os meus amigos e companheiros que acreditam e apoiam o meu trabalho, a valorizar e reconhecer essa importante iniciativa da nossa amiga Rejane de Almeida e o trabalho que ela vem desenvolvendo a frente do nosso conselho participando de forma efetiva dos movimentos que visam os interesses da nossa classe. Pois esse não é um momento de vaidade e sim de únião.
Casa de Parto de Realengo 100% administrada pela Enfermagem, é uma referência em Humanização do Parto no Estado.
Recepção da Casa de pato de Realengo.
Sala de Exame
Sala onde são realizadas as dinâmicas de grupos com as Gestantes e os Pais.
Sala de Parto moderna com o que há de melhor para oferecer total segurança e conforto para as mães e seus bebês.
A suíte onde fica a mãe e o pai tem esse modelo lembrando um quarto de hotel justamente para oferecer um ambiente mais humanizado tirando aquele modelo tradicional de um quarto de hospital, isso favorece muito para que a mãe se sinta mais segura para dar a luz.
A Casa de Parto conta com uma UTI Móvel avançada 24 horas por dia para garantir o acesso da mãe e do bebê imediata com a maternidade Alexandre Fleming que fica localizada a 15 minutos da casa de parto e esse pátio onde são realizadas as atividades físicas com as gestantes..
As Dras. Leila e Edmara tiveram seu trabalho reconhecido pelo Município do Rio em 2007 quando foram homenageadas com uma Moção Honrosa pelo exelente trabalho que elas vem realizando a frente da Casa de Parto.
É amigos, como vocês poderam ver é esse trabalho maravilhoso que tentaram acabar mais uma vez. A Casa de Parto de Realengo é exatamente isso que você está vendo um local diferenciado, muito acima dos padrões dos hospitais que conhecemos.
Esse é exatamente o compromisso da Enfermagem, o compromisso com a vida!